terça-feira, 23 de março de 2010

0 MÉTODO EM SOCIOLOGIA




O MÉTODO EM SOCIOLOGIA

Em Sociologia, o método científico utiliza diversas categorias de análise, como as de grupo social, classe, estratificação social, fato social, interação, estrutura social, instituição, etc. Também fazem parte dele, entre outros, instrumentos de análise como o estudo de caso, a análise comparativa, a análise quanti¬tativa e a análise qualitativa.

O estudo de caso é um tipo de instrumento metodológico no qual se aborda apenas uma unidade social (um "caso") - uma família, uma cidade, uma instituição, etc. -, que serve de base para a compreensão de fenômenos mais amplos. Assim, o estudo de uma família de camponeses do sertão de Pernambuco, por exemplo, pode oferecer ao sociólogo uma visão da sociedade rural dessa região em seu conjunto e não apenas dessa família em particular.

A análise comparativa envolve procedimentos que levam o sociólogo a estabelecer relações de causa e efeito de certos grupos de fenômenos com base na comparação entre fenômenos diversos. Comparando uma família de camponeses que vive no meio rural com outra de operários da indústria em uma grande cidade, por exemplo, ele pode fazer o levantamento das semelhanças e das diferenças entre uma e outra. Com base nesses dados, ele pode identificar as causas de comporta¬mentos, hábitos de vida, valores e tendências políticas de uma e de outra.

A análise quantitativa, por sua vez, utiliza em larga escala dados estatísticos e numéricos. Muitas pesquisas de mercado servem de matéria-prima para análises quantitativas. Podemos analisar, por exemplo, certas preferências culturais entre diversas faixas etárias de uma população: tantos por cento de adolescentes preferem tal programa de televisão, enquanto tantos por cento de pessoas de idade entre 40 e 60 anos preferem outro. Pode¬se ainda fazer uma diferenciação por sexo, ou utilizando quaisquer outros critérios.

Já a análise qualitativa procura estabelecer conexões lógicas de causa e efeito entre os fenômenos, recorrendo à interpretação e utilizando ou não dados estatísticos. É o caso, por exemplo, da análise do sociólogo alemão Max Weber sobre a relação entre a religião calvinista - surgi da na Europa, no século XVI, durante o período conhecido como Riforma Protestante - e o "espírito do capitalismo", ou seja, o conjunto de valores, interesses e atitudes da bur¬guesia, grupo social que liderou o processo de formação da sociedade capitalista.

De fato, os valores da burguesia daquela época - que exaltavam o trabalho árduo, a poupança e a frugalidade - foram decisivos para a formação de uma economia baseada no comércio e na acumulação de dinheiro para ser investido na produção. Esse processo seria chamado por Karl Marx (1818 - 1883), outro pensador alemão, de acumulação primitiva de capital e estaria nas origens da sociedade capitalista moderna.

Seja qual for o método de análise adotado pelo sociólogo, é importante considerar a observação do pensador francês Raymond Boudon: "O ponto de partida de qualquer pesquisa - quantitativa ou qualitativa - é geralmente uma pergunta do tipo por quê? - Por que o suicídio varia conforme as épocas e os lugares? Por que as pessoas decidem votar em tal candidato? Por que alguns casamentos terminam em divórcio? Por que há mais divórcios em certos países do que em outros?".

1) Destaque quais os métodos de pesquisa usados em Sociologia. faça uma pesquisa e conceitue cada um deles.

2) Que questões devem motivar o sociólogo na sua pesquisa, independente do método?

terça-feira, 16 de março de 2010

A sociologia e a Sociedade Industrial



O problema das origens:


Pensa-se que a sociologia ter-se-á iniciado com Auguste Comte. Foi ele que criou o termo sociologia, metade latino e metade grego, também adoptado por Herbert Spencer.
Outra explicação do nascimento da sociologia procura encontrar a sua matriz nos autores da antiguidade clássica grega e romana ou até na tradição árabe.

A sociologia coincide com todo o pensamento social: do modelo da República platónica às descrições de Aristóteles; da Cidade de Deus de Santo Agostinho, de São Tomás de Aquino, do racionalismo humanitário de Cícero até aos escritos empíricos e factuais de outros autores.

Estas obras, de uma maneira geral, foram produzidas a partir de um conhecimento directo dos seus autores, e não tanto a partir de outros livros.

Estes autores não chegaram a enunciar com clareza o pressuposto fundamental da sociologia: a possibilidade de desenvolver um processo cognoscitivo crítico, metodologicamente controlado, da sociedade relativamente a si própria, às suas funções, aos seus comportamentos, às suas instituições.

A sociologia é a ciência da sociedade;
duas questões: que ciência? Que tipo de sociedade?

O complexo de inferioridade dos sociólogos

A ciência transformou-se na característica essencial das sociedades industriais modernas. O cientista, o homem de bata branca, é o novo santo, o herói representativo. Encarna o espírito ascético e os valores nobres da época da industrialização.

Conota-se a verdade com a exactidão; só se conhece aquilo que se mede. Daqui resulta o complexo de inferioridade das ciências humanas e da sociologia, etiquetada como pseudo-ciência e desprovida de valor cognoscitivo.

Muitos sociólogos tentaram, pateticamente, até ao fim da 1ª guerra mundial, adoptar a linguagem das ciências naturais, isto é, transformar a sociologia numa espécie de «física dos costumes» imitando as fórmulas e os processos de investigação.

É necessário um esquema teórico e um critério selectivo para recolher, organizar e interpretar os dados empíricos da verificação da hipótese de trabalho. Os factos não falam por si.

A evolução do conceito de ciência

Hoje, o complexo de inferioridade do sociólogo já não tem razão de ser. O conceito de ciência foi sujeito a um processo de transformação tal que, a ciência já não tem nada de divino, nem é expressão, matematicamente demonstrável, do supremo arquitecto newtoniano. A ciência é uma actividade humana, essencialmente problemática.

A ciência, actividade humana não dogmática

A ciência clássica falava em termos de evidências e de inevitabilidade; a ciência contemporânea fala em termos de convenções e probabilidades. Há aqui uma evolução qualitativa.

As ciências sociais, dantes olhadas com desprezo pela impossibilidade de atingirem a «exactidão das ciências naturais, gozam de reconhecimento unânime já que, o carácter provisório e altamente problemático dos seus resultados é hoje reconhecido como característica de todo o saber científico.

A ciência no contexto político e social

Cai a supremacia do quantitativo sobre o qualitativo. As causas e os efeitos estão unidos num vínculo de reciprocidade dialéctica que desmentem as construções interpretativas monocausais. Confirma-se assim a validade e o fundamento do conhecimento sociológico e dos esquemas descritivos e interpretativos das ciências sociais.

A evolução do conceito de ciência e da posição metodológica geral revaloriza a sociologia e reconhece-lhe validade científica, quer em termos teórico-conceptuais, quer ao nível dos instrumentos de investigação.

A sociologia: instrumento de auto-auscultação da sociedade Industrial

A sociologia nasceu da grande ruptura histórica que viu surgir a sociedade industrial moderna. A explicação acerca das origens da sociologia sublinha o seu nexo teorético e histórico com a emergente sociedade industrial.

A sociologia é pois a ciência da sociedade que, renunciando às certezas da tradição, exprime os seus próprios valores realizando o conceito de sociedade como projecto racional e produto de cultura. Existe um nexo funcional entre sociologia e sociedade industrial.

A industrialização, processo social e global

Na sociedade industrial, o local de produção está radicalmente separado da família; logo isto implica um novo modo de produção que, por sua vez, pressupõe uma acumulação de capital e, consequentemente, a concentração operária maciça no local de trabalho.

O processo de industrialização atinge a própria substância da sociedade;

1.º É um facto de ruptura da rotina sócio-econômica e da sua fonte de legitimidade, a tradição, ou seja, atinge e transforma os valores que lhe estão na base:

a) Entre as práticas tradicionais e as exigências de racionalização dos ciclos produtivos;

b) Entre um tipo de relações humanas altamente personalizadas e o tipo de relações despersonalizadas e psicologicamente neutras;

c) Entre uma sociedade de tipo moderno, funcional e dinâmica, e uma sociedade em estado de desenvolvimento.

2.º O processo de industrialização é um processo auto-gerador, com uma lógica de desenvolvimento própria, ideologicamente neutra;

3.º É um processo irreversível.

A industrialização vem pôr em causa noções colectivas e comportamentos fundamentais:

a) O sentido do tempo;

b) Conceito de valor e duração;

c) A atitude mental predominante;

d) A motivação da actividade produtiva.

A industrialização afeta também dois conjuntos institucionais que se condicionam:

a) A estrutura de classes, o seu grau de estratificação e mobilidade social;

b) As bases e o exercício do poder.

A sociologia: ciência da sociedade em tensão

No quadro da sociedade industrial, a sociologia emerge como instrumento de auto-auscultação e de direção racional.

A sociologia é a tentativa feita pela sociedade industrial para se explicar a si própria; é a ciência do social não só nas suas condições estáticas de uniformidade e repetição, mas também da sua transformação e das suas crises.

Algumas questões sobre o texto:

1) a quais pensadores é atribuída as origens da sociologia?
2) Por que a sociologia enfrenta um complexo de inferioridade?
3) qual a importância da evolução do conceito de ciência para a sociologia?
4) quais as consequências da industrialização para a sociedade?
5) o que a sociologia representa para a sociedade industrial?

segunda-feira, 8 de março de 2010

Processos Sociais

Processos sociais são as formas pelas quais os indivíduos se relacionam uns com os outros, ou seja, as formas de estabelecer as relações sociais. Os processos sociais estão presentes em toda a sociedade, por exemplo: quando um grupo de pessoas se organiza para limpar uma casa; quando uma pessoa assimila, mesmo que inconscientemente, a forma de falar de outra; quando um país entre em guerra com outro; etc.
Se partirmos do pressuposto de que cada indivíduo é singular, ou seja, cada um possui suas próprias crenças, valores e ideologias em relação a tudo ao seu redor, concluímos que os tipos de processos sociais estabelecidos entre as pessoas irão depender de cada um. A tendência natural dos seres vivos é de se associarem e desassociarem conforme seus interesses.
Os processos sociais se distinguem em associativos, quando os indivíduos estabelecem relações positivas, de cooperação e de consenso; e dissociativos, quando as relações estabelecidas são negativas, de oposição, de divergência, etc.

Os processos associativos são: cooperação, acomodação e assimilação. Na cooperação diferentes indivíduos cooperam entre si para alcançar um objetivo em comum. Acomodação é o processo onde um indivíduo se contenta, sem satisfação, com a situação que é imposta por um outro indivíduo ou pela sociedade. Assimilação é o processo que ocorre quando indivíduos de grupos antagônicos se tornam semelhantes.

Entre os processos dessociativos estão: competição e o conflito. Competição é a disputa de interesses entre indivíduos ou grupos sociais, regulada por “normas”, não havendo formas de violência ou força bruta. Diferentemente da competição, que não usa de meios violentos para a conquista do objetivo, o conflito é o processo que ocorre quando a competição ganha um grau de alta tensão social, podendo haver inclusive, violência ou ameaça de violência.






 

AS IMAGENS ACIMA TEM RELAÇÃO COM OS TRES PROCESSOS SOCIAIS ASSOCIATIVOS.  RELACIONE CADA UMA DELAS A ESSES PROCESSOS. QUAL DELAS DIZ RESPEITO A UM IMPORTANTE MOVIMENTO POLÍTICO DA HISTÓRIA DO BRASIL?
 
 



Diferencie conflito de competição apartir das figuras.

sábado, 6 de março de 2010

Conceito de sociedade.


Em Sociologia, uma sociedade é o conjunto de pessoas que compartilham propósitos, preocupações e costumes, e que interagem entre si  constituindo uma comunidade.  A sociedade é o objeto de estudo das ciências sociais, especialmente da Sociologia.

Também se chama de sociedade ou associação. O agrupamento de pessoas para a realização de atividades privadas,  sendo reservada à primeira expressão à reunião com fins empresariais e  a segunda para o conjunto que visa resultados sociais independentemente de  benefícios financeiros.

 Uma sociedade é um grupo de indivíduos que formam um sistema semi-aberto,  no qual a maior parte das interações é feita com outros indivíduos pertencentes ao mesmo grupo. Uma sociedade é uma rede de relacionamentos entre pessoas. Uma sociedade é uma comunidade interdependente. O significado geral de sociedade refere-se simplesmente a um grupo de pessoas vivendo juntas numa comunidade organizada.

A origem da palavra sociedade vem do latim societas, uma "associação amistosa  com outros". Societas é derivado de socius, que significa "companheiro", e assim o significado de  sociedade é intimamente relacionado àquilo que é social.  Está implícito no significado de sociedade que seus membros compartilham interesse ou preocupação mútuas sobre um objetivo comum. Como tal, sociedade é muitas vezes usado como sinônimo para o coletivo de cidadãos de um país governados  por instituições nacionais que lidam com o bem-estar cívico.

Pedro Salvetti Netto considera existir três elementos constitutivos da sociedade assim dispostos:


          a) elementos ou causas materiais: homem e base física;

          b) elementos ou causas formais: normas jurídicas e poder;
          c) elementos ou causas finais: várias.


Homem: é o elemento fundamental da sociedade. A sociedade existe para o homem e constitui-se de homens vinculados, unidos, relacionados em busca de um fim comum.


 Base Física: é a base física que propicia a estabilidade das relações humanas em sociedade. Seu âmbito compreende o limite espacial de vigência do poder social. Compreende, portanto, o lugar onde são desenvolvidas as relações sociais.

Normas Jurídicas: o intuito da normatização social é organizar a sociedade e disciplinar o comportamento de seus associados, visto que elas estabelecem os direitos e deveres destes, limitando-lhes, com a garantia do poder , os arbítrios individuais de forma a instituir a ordem social. É pelas normas que os indivíduos se relacionam e logram, no âmbito da sociedade, atingir ao fim almejado.

 Poder: é a força que faz com que as normas sejam executadas. Sem ele, a sociedade descambaria para o caos; à organização sucederia o anarquia, hábil a aniquilar, suprimir e impedir qualquer possibilidade de relação, de comunicação, de convivência.


Finalidade: toda ação humana está voltada à busca de determinados objetivos. Portanto, ao se agrupar, o homem está em busca de um determinado fim que suas ações isoladas não conseguiriam alcançar. Esse objetivo é denominado fim comum, que nas sociedades políticas corresponderia ao bem comum.

Algumas Atividades:

1) Qual o modelo de mensagem que a figura transmite? Esse modelo de mensagem tem a ver com a realidade? Por que?

2) Qual a importância da sociedade para o indivíduo?

3) Qual a utilidade da sociologia no Ensino Médio?

4) Por que, na tua visão, os seres humanos se unem em torno de obejtivos?